Com uma carreira de mais de 10 anos no ramo musical, Márcio Cigano participou do Podcast do Estúdio Inspiração e contou sobre sua vida.  

Contou que decidiu ser cantor com sete anos indo para estrada com a família, que sempre gostou muito de pegar estrada, e já ouviam Zezé di Camargo, Cristian e Ralf.

Assim o gosto musical veio de família e o que antes chamavam de brega, hoje está na moda. Assim, Márcio Cigano não sabia que queria ser cantor, pois em cada fase de sua vida acaba querendo coisas diferentes.

O pai sempre tocou violão. O avô, por parte de mãe sempre tiveram contato com a música. Com instrumentos em casa, acabava ensinando o filho a mexer um pouco até que ele resolveu tentar.

Não havia redes sociais, pois era época de internet discada ainda. Então, como todo mundo começava, Márcio começou no Cifra Club e também com os caderninhos, uns livrinhos que vendia na banca e com eles, ele acabou se voltando mais para o sertanejo e aprendia músicas novas. As melhores lembranças que ele tinha da adolescência eram os churrascos de fim de semana em família, onde pediam pra ele sempre cantar.

Quando tinha por volta de 15 anos, Márcio já começou a querer se aventurar em alguns bares, e a insegurança bateu. Fez algumas apresentações em barzinhos menores que ajudaram bastante, mas a mãe pediu para esquecer a música por um tempo. Nessa época ele já tinha terminado o ensino médio e estava pensando no que ia fazer da vida, quando teve a oportunidade de participar do festival de calouros do SESC, o que o ajudou a ter mais certeza ainda do que queria.

Faculdade e primeiros vídeos no Youtube

Depois disso, Márcio entrou para a faculdade de Fisioterapia, e depois que terminou sempre recebia convite dos amigos para participar de shows pequenos, mesmo que não fosse cantando.

No início do YouTube começou a postar alguns vídeos com qualidade, resolução péssima, e ainda gastava muito de conta de telefone. Foi daí que surgiu a oportunidade de ser vocalista para uma banda, e nessa época já usava o nome de Márcio Cigano, que nasceu de uma brincadeira em um churrasco de família.

Fez a audição para essa banda, que era uma banda sertaneja onde os antigos vocalistas tinham saído e por isso estavam atrás de outro vocalista.

Pediram para que ele cantasse Jorge e Mateus, “Camaro Amarelo” e ele gostava mais de Bruno e Marrone, Cristian e Ralf e tinha um certo preconceito com arrocha.  No fim, ele passou nos testes de audição, foi escolhido e já tinha show marcado para a próxima semana.

Nessa época Márcio estava com 21 anos, e foi conquistando a carreira solo. O nome “Cigano” pegou muito rápido e sua agenda já começou a lotar na região.

Dificuldades enfrentadas no caminho da música

Nem tudo são flores, foi preciso muita batalha e muito trabalho. Foram muitos percalços no caminho, ainda mais com a pandemia, que foi difícil para todos. Márcio teve Covid, então teve que ficar em casa.

Depois de seis meses de recuperação, teve dificuldades com a voz.  Uma das sequelas foi não conseguir chegar a determinados tons mais altos e também a questão da respiração que é importantíssimo para quem canta.

Acabava cantando meio triste, queria pegar um fôlego. Foi difícil mas serviu também para que ele se reinventasse mais na música, gravando inclusive um DVD.  

Em 2005 estourou o sertanejo universitário com César Menotti & Fabiano, Luan Santana, Gusttavo Lima, Jorge e Mateus e em Manaus a Porteira, que era uma casa sertaneja com pouca estrutura, começou a bombar.

O público começou a aderir o visual, e logo depois começaram a investir em outros tipos de estruturas para casas de shows.

Alguns desses lugares não duraram muito tempo, mas foram essenciais para o começo da trajetória do Márcio Cigano.

O YouTube foi uma ferramenta importante na época e ainda é, mesmo que a maioria das pessoas ainda utilizem muito o Instagram

Acho que acrescentou na bagagem, né? Assim como um dia o Márcio tá esperando alguém tá ensinando alguém, às vezes involuntário acontece que as pessoas. Você às vezes você não tem noção que você está servindo de inspiração para outras pessoas. Que legal!

O início com a banda Pegada

Houve uma certa “liberação” por parte da mãe de Márcio, afinal a oportunidade estava batendo a porta. Encantado pela energia do palco e contato com o público, sabia que tinha que estar preparado para ser amado e odiado.

Com privação de sono, dor, e até rouquidão às vezes, sabe que tem que passar de tudo para fazer shows.

Recentemente, teve que lidar com uma hérnia de disco e fez show com dor.

Em outra ocasião, fez show para uma formatura, depois de cinco dias do falecimento do pai. E foi um dos melhores shows que fez, pois quando está no palco, esquece a dor, esquece os problemas e fica concentrado ali no show.

Vida de músico x vida de família

Muita gente acha que um músico para ter sucesso precisa cantar para milhões de pessoas, multidões, ter vários carros, aviões e muito mais.

Mas hoje, Márcio, com 33 anos, pode dizer que tem uma vida confortável. Casado e com dois filhos, tem maturidade o suficiente para entender que a vida de músico é feita de altos e baixos. Tem mês que tem 15, 20, 30 shows e em outro mês já nem tanto.

Então, hoje, ele opta por viver o momento e a fase de sucesso, sem deixar de participar dos momentos importantes em família também.

E mesmo tocando no Amazonas inteiro, já não foca tanto em quantidade, mas sim em qualidade. No início da carreira dá aquela “fome”, aquela coisa de alcançar o sucesso, mas hoje em dia Cigano aprendeu que tudo ocorre no tempo certo.

Finalizando a conversa, Márcio disse que prioriza um tempo de qualidade com os filhos, ser um pai mais presente, e ajudar as pessoas no que pode.  Deixou também uma mensagem para os artistas que estão começando no Amazonas:

“Não desistam dos seus sonhos, mesmo que pareça difícil. Confie em Deus e dê um passo de cada vez. A dificuldade existe para todos, mas é preciso saber como enfrentá-las.”

Márcio Cigano

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